Entrevista: Douglas MCT, escritor de Betina Vlad & o Castelo da Noite Eterna

dezembro 26, 2018


Hoje eu venho trazer uma entrevista super legal que fiz com Douglas MCT (@darkfables) sobre o seu último livro #BetinaVladeoCasteloDaNoiteEterna que inclusive já tem resenha aqui no IG, só procurar no #resenhasdoluc e no blog!

Então Sem mais enrolação bora para essa entrevista!

Existe um mundo gigantesco a ser explorado dentro do universo de Betina e os seres sobrenaturais, o que te inspirou a querer escrever sobre monstros? 

Douglas:
Sempre me vi atraído pelo sobrenatural, desde pequeno, quando Drácula de Bram Stoker, do Coppola, me fisgou em 92 – o que depois me levou a buscar os longas de monstros clássicos da Hammer e da Universal, e dali em diante nunca mais parei. Além de livros, sempre fui um consumidor ávido de quadrinhos e filmes, e acabava sempre buscando por histórias desse gênero também.
Em outros livros e quadrinhos que escrevi e publiquei, sempre flertei com o horror, mas Betina Vlad surgiu em um momento oportuno onde consegui colocar no papel minha paixão pelos monstros clássicos em um contexto contemporâneo. Há anos que eu vinha esboçando as ideias que depois geraram O Castelo da Noite Eterna.

Eu achei incrível você ter criado uma personagem feminina e ter dado essência a ela, adorei o fato dela ser forte e destemida, mesmo quando está horrorizada por dentro. Na literatura atual, os personagens femininos são bem característicos, Mas Betina é bem diferente dos padrões, você considera essa obra uma forma de representatividade? 

Douglas: Primeiramente, fico feliz e satisfeito que você tenha tido essa impressão e percepção da personagem. E respondendo sua pergunta, considero sim.
Betina Vlad foi, em partes, inspirada em uma ex-namorada (nos trejeitos e em algumas formas de pensar e se portar), que apesar de ter 30 anos, colaborou para dar voz e personalidade a uma figura de 16 (mas eu também me inspirei em amigas adolescentes do meu irmão de 18). Por isso vejo, assim como você, uma autenticidade tão forte em Betina.
Já escrevi vários personagens diferentes de mim, mas Betina foi, de longe, a mais desafiadora, por isso é a que mais me orgulho. Ela tem vida própria, uma voz própria e uma personalidade forte (talvez sejamos mais semelhantes no senso de humor negro mesmo). Em livros do gênero ao qual O Castelo da Noite Eterna se enquadra, sempre senti falta de uma figura feminina que fugisse dos estereótipos. Foi enxergando essa lacuna, que Betina Vlad nasceu.
E torço muito sim para que ela e o livro, num geral, somem a outras obras como símbolos de representatividade.

Porque decidiu ser escritor? E quando não está escrevendo o que costuma fazer?

Douglas: Eu conto histórias desde criança. Aprendi a ler aos 3, com gibis da Turma da Mônica (e as leituras de quadrinhos se expandiram desde então). Aos 5, já fazia meus próprios quadrinhos com folha sulfite. Aos 10, escrevi um suspense egocêntrico intitulado Sherlock Douglas. Certa vez, numa roda de amigos, todos crianças no cemitério da cidade (lugar que eu adorava brincar, apesar do protesto dos demais), contei uma história tenebrosa, no qual todos acreditaram e repercutiu em pesadelos por meses. Muitos anos depois, criei uma narrativa viral em um tabloide local, que fez com que parte da população acreditasse ser real etc.
Sempre contei histórias, mas quando mais novo nunca imaginei que poderia trabalhar com isso. Aos 16 anos escrevi um conto para o Mapa Cultural Paulista (criado durante o governo Covas para o estado de SP) e ganhei, o que me serviu de gatilho para continuar escrevendo dali em diante para sempre (tanto literatura quanto quadrinhos, além de outras formas narrativas, como também o audiovisual).
Quando não estou escrevendo, estou assistindo filme ou série. Ou namorando, ou num bar com amigos. Ou lendo. Ou pensando em novas histórias embaixo do chuveiro (a maior parte delas nasce embaixo da água).

O livro acaba tendo vários diálogos sobre o preconceito das pessoas de Cruz Credo, e a não aceitação das pessoas diferentes sendo monstros ou não. O que te fez querer abordar esses assuntos no livro?

Douglas: Cruz Credo é uma cidade fictícia que representa tudo de pior que existe em várias comunidades e nas pessoas. Nasci e cresci em uma cidade pequena, onde muito conservadorismo ainda se preserva de maneira nociva (ainda que uma bem-vinda evolução venha crescendo gradualmente também, principalmente entre os mais jovens). E eu vi em Betina Vlad a oportunidade de propor esses diálogos que vinham me coçando há anos.
Não sou hipócrita de assumir qualquer afetação social diretamente, mas tenho dezenas de amigos e amigas maravilhosos pertencentes a minorias, e eu acompanhei e acompanho há muito tempo várias histórias desagradáveis pelas quais passaram e passam, e quis levar esse debate e esses enredos para dentro de uma fantasia, criando paralelismos relevantes, à medida que também entretinha o público com uma aventura sobre monstros.
Do círculo de amizades, eu também levei coisas boas, como a naturalidade dos relacionamentos, sejam eles de amizade, profissionais ou amorosos. Mesmo que não esteja explícito, ainda enxergo no amor sem preconceitos um tema que precisava prevalecer nas entrelinhas. E assim o fiz. 

Pelo visto Betina Vlad parece ter uma continuação, você já tem uma deia de quantos livros a aventura dos moradores do Castelo da Noite Eterna vão ter?

Douglas: Sim, Betina Vlad terá uma continuação bem virtuosa e aventuresca pelo Pacífico Sul e eu devo começar a escrever o livro 2 muito em breve. Já tenho várias anotações e a premissa, agora só falta começar.
Planejei 4 livros, talvez porque tenhamos Quatro Cavaleiros da Umbra, e depois de Van Helsing, quem será que virá? No mais, tenho várias ideias para quadrinhos de Betina Vlad também, mas quanto a isso não posso falar muito mais.


Vocês podem conhecer mais sobre o livro na fan page do facebook:

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